O Brasil produz atualmente 40 milhões de toneladas de frutas por ano em uma área de cultivo aproximada de 23 milhões/ha, colocando o país na 3ª posição no ranking mundial de produção e sendo superado apenas pela Índia e China. Contudo, a maior parte da produção é destinada ao consumo interno, sendo que o país ocupa apenas a 23ª posição no ranking mundial dos exportadores, criando mais uma enorme oportunidade de mercado a ser explorado pelo já pujante agronegócio brasileiro.
Com a tendência de alta do mercado de exportação de frutas processadas e in natura, o interesse pelos investimentos no setor da fruticultura tem crescido significativamente, embora seja importante lembrar que o volume das exportações brasileiras ainda não ultrapassa 3% da produção, com a maior parte da produção ainda sendo destinada ao mercado consumidor interno.
Segundo levantamento realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a produção da fruticultura brasileira gera receitas superiores a R$ 10 bilhões anuais, uma participação bastante tímida em um mercado global que movimenta mais de US$ 130 bilhões por ano.
Além de uma importante fonte de alimentação, a cadeia produtiva da fruticultura é geradora de empregos e renda para a população e de divisas para o país, sendo que somente com as exportações de suco de laranja, o Brasil obtém receitas da ordem de 2 bilhões de dólares anuais e de 900 milhões com as exportações de frutas frescas e secas.
Melão, manga, melancia, maçã, banana, abacate, lima/limão, laranja, uvas e peras são as principais variedades de frutas exportadas, tendo a Europa como seu principal mercado consumidor.
Neste contexto, a preocupação com a qualidade dos alimentos tem se tornado um fator importante, tanto para as autoridades responsáveis pela saúde, como para o consumidor. O conceito de alimento seguro envolve a sua qualidade do ponto de vista nutricional, organoléptico e da ausência de determinados tipos de riscos ou perigos.
Desta forma, A NSF, através de sua missão de ajudar a assegurar globalmente a saúde e segurança das pessoas, oferece através de seus laboratórios de alta tecnologia, os serviços de análises laboratoriais físico-químicas, microbiológicas e toxicológicas reconhecidas oficialmente por órgãos nacionais e internacionais necessárias para o controle de qualidade das frutas, visando atendimento aos mais rígidos padrões normativos e legais de segurança para o consumo estabelecidos tanto para o mercado interno, como para exportação para os mais importantes mercados globais.
A América Latina é um dos mercados mais atraentes para empresas de proteção de culturas e empresas de serviços terceirizados (CROs). As vendas de serviços para a proteção de culturas na América Latina aumentaram significativamente pelo segundo ano em 2019, aumentando mais de 10% em relação a 2018 e mais de 7% em 2019. Globalmente a AL foi o segundo maior mercado de agroquímicos por região, com o Brasil como líder de mercado, a frente dos EUA e da China.
A forte situação do mercado de proteção de culturas estimulou ainda mais as empresas terceirizadas a aumentarem seus investimentos na AL nos últimos anos. A AgroPages convidou algumas empresas líderes deste segmento para discutir como as mesmas apoiam o crescente mercado de proteção de culturas e saber como elas pretendem diversificar seus serviços nessa região em crescimento.
Abaixo transcrevemos a entrevista do Gerente Técnico do Laboratório da NSF no Brasil, Alvino Rodrigues Junior.
AgroPages: Fale sobre os negócios do laboratório na América Latina. Quais são os principais serviços oferecidos aos clientes? NSF: A NSF (nsf.org) é uma organização global e independente que facilita o desenvolvimento de padrões, testa e certifica produtos para as indústrias de alimentos, água, ciências da saúde e bens de consumo para minimizar os efeitos adversos à saúde e, assim, proteger o meio ambiente. Fundada em 1944, a NSF está comprometida em proteger a saúde e a segurança humana em todo o mundo. Com operações em mais 180 países, a NSF é uma entidade colaboradora da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde para assuntos relacionados a segurança de alimentos, qualidade da água e meio ambiente. O laboratório da NSF no Brasil está situado do Rio Grande do Sul e possui mais de 20 anos de experiência no mercado agrícola latino-americano. Oferece uma ampla gama de serviços laboratoriais abrangendo diversas áreas de especialização, incluindo todas as etapas necessárias para um registro de produtos (técnicos e formulados) no Brasil. Exemplos de nossos serviços incluem: propriedades físicas e estudos do protocolo 5-Batch, ecotoxicologia, genetoxicidade, cultura celulares, toxicologia, patogenicidade, avaliações in sílico, testes de campo, laboratório com produtos agrícolas e abelhas para estudos de resíduos de pesticidas.
AgroPages: Quais são as vantagens competitivas da NSF Internacional para a América Latina? NSF: A NSF é um “balcão único”, pois somos capazes de realizar desde os estágios iniciais do desenvolvimento de novas formulações, como o ‘Estudo de Relações Estrutura-Atividade Quantitativa’ (QSAR) e testes de toxicidade, até as últimas fases dos envios de produtos regulatórios. Nossos serviços incluem o monitoramento de resíduos após aplicação de campo, o desenvolvimento de metodologias e a validação usando as diretrizes de ‘Boas Práticas de Laboratório’ (BPL).
AgroPages: Quais seriam as principais características do mercado latino-americano que atraem investimentos das empresas de CRO? NSF: De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a América Latina possui 3% de sua área utilizada para fins agrícolas, sendo um grande exportador global de soja, milho, ração animal, açúcar, café, carne suína, frutas e vegetais, possibilitando às empresas agroquímicas ofertar diversos tipos de serviços. A resiliência do mercado é outro fator-chave, uma vez que, mesmo com a pandemia de COVID-19, o setor agrícola continua a fornecer números consistentes de produção e receita no Brasil, que é o maior participante do mercado na região.
AgroPages: Quais são as mudanças mais significativas nas políticas e regulamentações de proteção agrícola na América Latina relacionadas ao seu negócio nos últimos anos? NSF: O processo de registro de produtos tornou-se mais rápido e ágil no Brasil, o que reflete o número de registros de produtos aprovados em 2019, mesmo que não tenha ocorrido a redução dos requisitos de estudos e dados técnicos. A aceitação de dados de BPL na Argentina é outro marco que contribuiu de maneira positiva para o mercado e os fabricantes de produtos, permitindo estudos específicos – de propriedades físico-químicas, por exemplo – sobre a aceitação de outros países.
AgroPages: O mercado latino-americano, especialmente o Brasil e a Argentina, testemunhou o rápido desenvolvimento de soluções biológicas e agricultura digital nos últimos anos. Que impacto isso terá na estratégia de desenvolvimento da sua empresa? NSF: A NSF está pronta para atender às demandas desses novos campos. Para produtos biológicos, o laboratório possui expertise para a demanda de análises, com recursos técnicos e pessoas qualificadas para desenvolver métodos analíticos e analisar produtos à base de bactérias e fungos, oferecendo soluções personalizadas para atender às necessidades e exigências regulatórias do cliente.
AgroPages: Qual é o plano de desenvolvimento da sua empresa na AL para os próximos anos? Você tem alguma sugestão para seus parceiros em potencial que gostariam de investir em países latinos? NSF: A NSF tem como missão proteger a saúde humana e essa missão é realizada por serviços de auditoria, certificação e laboratório para uma variedade de mercados; como tratamento de água, alimentos e produtos farmacêuticos. Nos mercados agrícolas, nossa estratégia está focada na consoldação dos diversos serviços da NSF na AL, ampliando a cobertura de serviços em outras regiões e aumentando nosso portfólio de análises, com o escopo de nossos estudos de BPL disponível para avaliação de produtos formulados e técnicos.
A agricultura é a indústria mais importante do mundo, representando mais de 2,4 trilhões de dólares e empregando um bilhão de pessoas, sem falar que é a responsável pela produção dos alimentos consumidos em todo o planeta. Já a alimentação da população do planeta, feita de forma consciente, onde os recursos são extraídos e utilizados de forma adequada é um desafio bem mais complexo do que a oferta de soluções inovadoras ao mercado.
Neste contexto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), lançou no dia 27 de maio último, o Programa Nacional de Bioinsumos. Os Bioinsumos são produtos e ou tecnologias utilizadas na produção, beneficiamento e armazenamento de produtos agropecuários e a ideia do ministério é justamente aproveitar o potencial da biodiversidade do Brasil para que os produtores rurais reduzam a importação de insumos, além de desenvolverem novas matérias-primas para o setor. Vale ressaltar que o Brasil é o país que detém a maior biodiversidade do planeta, que é estimada entre 10% e 15%, e que este privilégio é o que possibilitará a redução da dependência de insumos químicos.
O Programa Nacional de Bioensumos ao promover a inovação e a sustentabilidade, trará um crescimento significativo para as empresas que produzem bioensumos, para as futuras biofábricas, para os pesquisadores e empresários. O programa irá trabalhar dois grandes e importantes pilares:
*O aproveitamento do potencial dos recursos biológicos (vegetais animais e microrganismos) e
*A diminuição da dependência de produtos importados.
Segundo a Ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, o programa nasceu de uma antiga necessidade dos setores produtivos (agrícola, aquícola, florestal e pecuária) de estarem alinhados as melhores práticas de inovação do setor, possibilitando desta forma a entrada da agricultura na bioeconomia.
O “Programa Nacional de Bioinsumos” contará com o trabalho e a parceria de diversas entidades do setor agropecuário; em especial contará com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa, a EMBRAPA e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que elaborará os indicadores do impacto da implementação do programa.
A utilização de bioinsumos é o presente e o futuro da agricultura sustentável e a NSF, sempre preocupada com a proteção da saúde e segurança humana em todo o mundo, está ao seu lado para ajudar a garantir alimentos mais seguros para todos. Entre em contato através do e-mail comercial.alimentos@nsf.org e saiba como a NSF pode auxiliar sua empresa neste processo.
Por Vera Gallardo, consultora para a área de alimentos da NSF